quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Aula inclusiva para crianças com deficiência visual

Autor e Co-autor(es)
Autor Edelvira de Castro Quintanilha Mastroianni
SAO PAULO - SP
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho
Co-autor(es)
Edelvira de Castro Quintanilha Mastroianni, Soellyn Elene Bataliotti
Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Fundamental Inicial Educação Física Atividades rítmicas e expressivas
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
O folclore brasileiro, participando de atividades com movimentos ritmados, diferentes sonorizações, conhecendo as possibilidades expressivas do próprio corpo e habilidade cognitiva.
Duração das atividades
Aproximadamente 50 minutos; uma (1) aula.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
Trabalhar com a criança o que é folclore, como está inserido em nossa história, mediante conversas e exposição auditiva e visual a fim de atingir todos os alunos da classe (videntes e cegos).
Importante professor: procure textos curtos, de fácil compreensão, ou seja, que ofereçam a todos os alunos um entendimento rápido sobre o assunto e introduza questões a fim de privilegiar a interação entre todos. Questionamentos e pronuncias de palavras chaves motivam esta interação.
Ex: quando o papai fala para o filho:
- menino (a) você ”Pintou o sete!” vocês sabem o que o papai quis dizer? (resposta: você bagunçou...)
- que “Criança tranqüila!”- (quis dizer que menino (a) não é travesso (a))
Essas são frases populares, que todo mundo usa.
Questões: O papai já falou isso para você? Conte o que aconteceu! Você se lembra?
Trabalhar com a criança conceito de folclore brasileiro, mediante questões:
- quem sabe o que é folclore?
- quem se lembra de algum personagem folclórico? Entre outras questões que podem ser feitas.
Estratégias e recursos da aula
As estratégias utilizadas serão:
- Aula interativa;
- Recursos auditivos auxiliar educativos;
- Ambiente amplo;
Através de áudio explicativo, as crianças conhecerão a origem a e cultura da música brasileira,
disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnica.html?id=18047
acesso em 25/06/09.
Orientação ao professor:
- as crianças cegas apresentam comportamentos que incluem: o balanço para frente e para trás, esfregar os olhos, apertar os olhos com os dedos, chupar o dedo, pender a cabeça para frente, bater com a cabeça, ou outras ações repetitivas como movimentos dos dedos em frente da face (similar em crianças com distúrbios comportamentais como o autismo), tirando assim facilmente sua atenção diante de alguma tarefa, como a que apresenta acima (áudio folclore). Sendo assim, passo a você professor algumas sugestões para trabalhar com o aluno para que torne a assimilação do conteúdo mais efetiva.
Sugestões:
- a cada fala do locutor do áudio sobre uma dança, destaque um elemento desta e trabalhe com ele. Ex :Dança do coco: elemento destacado Coco: providencie ou solicite as crianças com uma aula de antecedência que tragam a casca da fruto (coco). Pause o áudio logo após a explicação desta dança, os alunos divididos em grupos, sentados no chão em circulo, distribua o coco (que deve estar cortado ao meio), para que as crianças possam tomar conhecimento de sua estrutura, tateando, batendo os pedaços um contra o outro, batendo no chão entre outros movimentos simples.
- torna-se imprescindível professor que observe o comportamento dos alunos perante o manuseio do elemento apresentado e faça elogios a eles como: fingir estar surpreso com movimento (videntes); dizer “caprichou hein!” Referindo ao som emitido (cegos), enfim, incentivando a todos nos momentos que achar que deve.
Após uma breve explicação do (a) professor (a) sobre a importância das cantigas do folclore, poderá apresentar as crianças, atividades de roda (cirandas) com músicas do repertório do folclore brasileiro.
Figura 1: Disponível em: http://www.cidadaopg.sp.gov.br/data_comemorativa_/imagens/Agosto/folclore.jpg
acesso dia 29/06/09
Atividade 1
Musica: Escravos de Jô
Escravos de Jó
Jogavam caxangá
Tira, põe
deixa o Zé Pereira ficar
Guerreiros com guerreiros
fazem zigue-zigue-zá
Guerreiros com guerreiros
fazem zigue-zigue-zá
Música disponível no site: http://temas-infantis.musicas.mus.br/letras/782539/
acesso dia 29/06/09
Dicas: - O professor (a) poderá soletrar a música aos alunos a fim de que consigam entender a letra e a musicalidade respectivamente. Tome iniciativa de convidar as crianças que já conheçam para cantarem juntas com você;
- Para uma breve demonstração de som o (a) professor (a) poderá utilizar coco, para dar a musicalidade, ritmo da música sendo acompanhado durante o tempo que as crianças cantam e poderá apresentar batidas mais fortes para emitir o som marcante a todo o momento que a criança deverá executar o movimento;
- O (a) professor (a) poderá também pedir para que os alunos se alternem para ritmar o som do coco com a música, a fim de oportun izar a expressividade;
- Promover desafios e autonomia possibilitando adequação e familiariz ação com os gestos e ambientes.
Figura 2: Disponível em: http://www.setrem.com.br/eco/ktmllite/images/uploads/2007/a02_sem/2008/crianda.jpg
acesso dia 20/09/09
Descrição da Atividade:
Formação: Cada aluno ocupará um bambolê ou pedaços de barbante se não houver bambolê suficiente, preferencialmente de mãos dadas, formando uma roda.
Importante: - a criança cega deve se familiarizar com o bambolê antes de posicioná-lo no chão.
- sem a visão, tanto o som quanto o tato podem apresentar limitações, sendo assim, a busca de objetos é uma tarefa crítica para a locomoção e para o desenvolvimento.
Figura 3: Disponivel em: http://www.comercialreis.com/wp-content/uploads/2009/03/bambole-montado.jpg
Acesso em:20/09/09
Figura 4: Disponível em: http://www.escolacdi.com.br/wp-content/uploads/2009/03/camera-235mat2-tarde.jpg
Acesso em:20/09/09
O grupo cantando a música executa a coreografia descrita abaixo (primeiro movimento descrito em cada verso execução sem deslocamento, segundo movimento descrito execução em movimento), simultaneamente.
"Escravos de Jó jogavam caxangá”:
1º movimento: dentro do circulo, em pé, bater os pés no chão acompanhando a música.
2º movimento: 4 passos simples,sentido anti-horário, os alunos de mãos dadas vão pulando os círculos (bambôles ou barbantes) que estão ao seu lado, ( professor deve orientar o lado.
"Tira":
1º movimento: passo a frente, saindo circulo, (bambôles ou barbantes).
2º movimento: pula-se para o lado de fora do círculo, pulando para frente.
“Põe":
1º movimento: passo para trás, voltando ao circulo, (bambôles ou barbantes).
2º movimento: pula-se para o lado de fora do círculo, pulando para frente.
"Deixa Ficar": permanece no círculo, agitando os braços erguidos acima da cabeça.
"Guerreiros com guerreiros":
1º e 2º movimento: 2 passos laterais dentro do circulo ( passo pé direito/fecha com esquerdo; passo pé esquerdo, fecha com direito)
"fazem Zigue, Zigue, Zá" :
1º e 2º movimento: três pulinhos dentro do círculo (frente/trás/frente).
Sugestão: Quando o grupo já estiver sincronizado ao ritmo, o professor pode propor que os alunos joguem aos pares. Neste caso, o número de círculos no chão deve ser igual à metade do número de participantes. Os alunos ocupam um círculo e ficam um ao lado do outro com uma das mãos dadas. Além disso, quando o grupo cantar "Tira..." o par pula para fora do círculo, um para cada lado (frente e atrás) sem soltar as mãos.
Pode-se posteriormente ser jogado aos trios e quartetos e quando o grupo já estiver bem adaptado ao jogo poderá ir aumentando a velocidade.
Dica:
Este jogo-dança é uma gostosa brincadeira que exige certa concentração do grupo para perceber qual é o ritmo a ser adotado. É prudente começar em ritmo lento e se o grupo for respondendo bem ao desafio, sugerir ritmo mais acelerado. Como é uma brincadeira que usa musica e ritmo poderá ser feito com criança cega, quando for feita atividade em dupla, a criança vidente a auxiliará na brincadeira.
O propósito é de fazer um jogo-dança, proporcionando um espaço de ritmo grupal.
Atividade 2
Sabemos que as crianças cegas apresentam dificuldades em se expressar (gestos, sorrisos) apresentando suas expressões em menor freqüência, sendo assim, a maioria das mães de bebês cegos se afasta gradualmente de seu bebê. Elas
proporcionam o cuidado físico necessário mas deixam de brincar com o bebê e desistem de estimular sorrisos ou outras interações sociais. Este fato vem apresentar atraso nos grandes marcos do desenvolvimento motor, afetivo e social da criança.
Torna-se assim, importante planejarmos e oferecermos situações de afetividade, socialização nas atividades, na perspectiva de acender a chama da autovalorização, proporcionando uma participação mais efetiva.
Cria ndo uma peteca- este tipo de atividade leva a criança a desafiar suas habilidades, obtendo result ado concreto -PETECA
Para que as crianças apren dam a fazer seu próprio brin quedo vamos ensiná-la a fazer uma peteca. A criança cega sempre deverá ser auxiliada pelo professor e fazer a atividade junto com um colega de sua turma, para que receba as explicações mais detalhadas d as fases da confecção do brinquedo.
Importante professor: mostrar à criança vidente que sua função na situação é detalhar à criança cega a tarefa a ser executada e não fazer por ela!
Ex: Tarefa: colocar areia no saquinho
- colocar o saquinho plástico na frente da criança estimulando-a a pegá-lo. Como? Manipulando o saquinho a fim de emitir o som fazendo assim com que a criança cega o alcance pelo som. Concorda professor?
Esta é somente uma das várias tarefas que serão apresentadas às crianças videntes e cegas.
Após a confecção do brinquedo, as crianças poderão brincar com ele.
Dicas: - Para a confecção do material a ser usado, em nosso caso a peteca, separe todo o material e procure usar aqueles que contêm diferenças ao ser tocado, e faça por etapas para que o seu aluno cego consiga acompanhar todo o procedimento da confecção, explique a ele, por exemplo, se for usar uma pena, que a pena tem um cabo ao meio, e que a pluma é suave e flexível. Faça sempre seu aluno conhecer o material manuseando-o, apalpando-o.
- Para que a criança cega possa brincar sem constrangimento com sua peteca, amarre um barbante de aproximadamente 1.50cm, no pé da peteca e a outra extremidade no pulso de seu aluno, este procedimento proporcionará que ele atire a peteca e puxe até ele novamente.
- Professor: lembrou de elogiar? “ Uau” esta peteca irá longe !!! (mude o grau de elogio de acordo com o nível de realização)
Recursos Complementares
Poderá ser aplicado com as crianças atividades complementares como charadas, trava línguas, e atividades de passatempo.
link: http://www.smartkids.com.br/passatempos/folclore/charadas.html
O Professor (a) poderá ler para que os alunos tentem decifrar as charadas, em grupo, trabalhando sempre a relação interpessoal dificultada muitas vezes na criança cega.
Poderá ser adotado mesmo procedimento com atividades com trava-linguas. O professor poderá disponibilizar para cada um e ler para as crianças cegas, para que consigam repetir e percebam suas próprias dificuldades.
Link: http://www.smartkids.com.br/passatempos/folclore/trava-linguas.html
acesso dia 29/06/09.
Sugestão: link: http://www.brasilescola.com/historiab/folclore-brasileiro.htm
acesso em 14/09/09.
Este link poderá ser utilizado como suporte ao professor para trabalhar com outros aspectos que compõem o assunto Folclore.
Avaliação
A avaliação deve ser no decorrer da aula, onde o professor deverá identificar o nível de conhecimento do aluno sobre o folclore e as suas capacidades de efetuar as atividades propostas, levando os mesmos a um desenvolvimento do autocontrole, respeito ao outro e vinculo afetivo.
Opinião de quem acessou
Cinco estrelas 1 classificações
• Excelente Cinco estrelas 1/1 - 100%
• Ótimo Quatro estrelas 0/1 - 0%
• Bom Três estrelas 0/1 - 0%
• Regular Duas estrelas 0/1 - 0%
• Ruim Uma estrela 0/1 - 0%

Nenhum comentário:

Postar um comentário